domingo, 29 de junho de 2014

Se eu encontrasse a lâmpada mágica...



    Há alguns dias atrás, sonhei que me foi concedida a oportunidade de pedir três desejos através de uma lâmpada mágica. O sonho foi assim:
    Eu estava no topo de uma rocha, o céu estava roxo e tinha um mar de espinhos à minha volta. Eu olhava o horizonte. Olhei a este, a sul e a oeste, mas apenas a norte, bem lá no fundo, se via uma rosa. Uma flor vermelha, cor de sangue, que se destacava naquele mundo medonho de cor cinzenta e roxa.
    Subitamente, os espinhos que apontavam para norte, separaram-se, formando assim um caminho. Entrei. Não sabia ao certo se era um sonho ou não, mas suspeitei que fosse, porque eu não me lembrava como é que tinha ido ali parar. Por outro lado, eu nunca tinha sonhado com nada assim. No caminho, o chão era da mesma cor que as nuvens, um roxo que ficava mais desfeito a cada passo que eu dava.
   Já a via lá no fundo do caminho. Era ela que dava a vida a todos aqueles espinhos sedentos de sangue. Cheguei a uma escadaria de pedra e subi por ela acima. Lá estava ela, a rosa. Estava fechada e murcha, mas de repente abriu-se um buraco nas nuvens púrpuras e um feixe de luz foi direito à rosa. Num abrir e fechar de olhos a rosa desabrochou, os espinhos desfizeram-se em pó cor de prata, o céu ficou azul e o chão que outrora era desfeito, ficou verde e vivo.
    Dos céus desceu um anjo. Ofereceu-me uma lâmpada mágica e disse-me para escrever três desejos em papéis e para os pôr lá dentro. Eu tinha tanto por onde escolher que demorei quase quinze minutos para decidir quais eram. No primeiro papel, escrevi que desejava ter o poder de viajar no tempo. Assim, eu podia viver os melhores momentos vezes e vezes sem conta, com pessoas que agora já não posso. No segundo, que eu me pudesse tornar invisível sempre que quisesse. Por fim, desejei voltar a casa.
    Acordei. A casa estava vazia e a luz do quarto acesa. Pus-me a pé devagar e sorri, porque apercebi-me que acabara de ter o melhor sonho de sempre.


Bruno Rodrigues, 9.º A, n.º 3