Há alguns dias atrás, sonhei que me foi
concedida a oportunidade de pedir três desejos através de uma lâmpada mágica.
O sonho foi assim:
Eu estava no topo de uma rocha, o céu
estava roxo e tinha um mar de espinhos à minha volta. Eu olhava o horizonte.
Olhei a este, a sul e a oeste, mas apenas a norte, bem lá no fundo, se via uma
rosa. Uma flor vermelha, cor de sangue, que se destacava naquele mundo medonho
de cor cinzenta e roxa.
Subitamente, os espinhos que apontavam para
norte, separaram-se, formando assim um caminho. Entrei. Não sabia ao certo se
era um sonho ou não, mas suspeitei que fosse, porque eu não me lembrava como é
que tinha ido ali parar. Por outro lado, eu nunca tinha sonhado com nada assim.
No caminho, o chão era da mesma cor que as nuvens, um roxo que ficava mais
desfeito a cada passo que eu dava.
Já a via lá no fundo do caminho. Era ela que
dava a vida a todos aqueles espinhos sedentos de sangue. Cheguei a uma
escadaria de pedra e subi por ela acima. Lá estava ela, a rosa. Estava fechada
e murcha, mas de repente abriu-se um buraco nas nuvens púrpuras e um feixe de
luz foi direito à rosa. Num abrir e fechar de olhos a rosa desabrochou, os
espinhos desfizeram-se em pó cor de prata, o céu ficou azul e o chão que
outrora era desfeito, ficou verde e vivo.
Dos céus desceu um anjo. Ofereceu-me uma
lâmpada mágica e disse-me para escrever três desejos em papéis e para os pôr lá
dentro. Eu tinha tanto por onde escolher que demorei quase quinze minutos para
decidir quais eram. No primeiro papel, escrevi que desejava ter o poder de
viajar no tempo. Assim, eu podia viver os melhores momentos vezes e vezes sem
conta, com pessoas que agora já não posso. No segundo, que eu me pudesse tornar
invisível sempre que quisesse. Por fim, desejei voltar a casa.
Acordei. A casa estava vazia e a luz do
quarto acesa. Pus-me a pé devagar e sorri, porque apercebi-me que acabara de
ter o melhor sonho de sempre.
Bruno Rodrigues, 9.º A, n.º 3